Só quero lembrar
se o tempo for todo meu.
Só anseio lembrança
se não houver passado.
Bruma e espuma,
apagam o tempo em que não amei.
E eu amei
para ser tudo, todos, sempre.
Para te visitar
esquecerei a terra
e apagarei as estrelas.
E irei pelos teus olhos,
até o mundo voltar a ter princípio.
Sou eu, dirás,
E o tempo será lembrado.
Mia Couto. (2011). Tradutor de Chuvas. Lisboa. Caminho, p. 102.
se o tempo for todo meu.
Só anseio lembrança
se não houver passado.
Bruma e espuma,
apagam o tempo em que não amei.
E eu amei
para ser tudo, todos, sempre.
Para te visitar
esquecerei a terra
e apagarei as estrelas.
E irei pelos teus olhos,
até o mundo voltar a ter princípio.
Sou eu, dirás,
E o tempo será lembrado.
Mia Couto. (2011). Tradutor de Chuvas. Lisboa. Caminho, p. 102.
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