Travessia

9 de dezembro de 2011 0 comentários
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

"A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas."

 Álvaro de Campos, 21/10/1935


Quem me dera desapertar-me do intruso amor ou deixá-lo magro, morrer de fome de mim e acreditar que depois de tudo, depois da terra e do mar, nessa travessia de céu, eu o animaria em todos os segredos, em todos os seus risos e pudesse confessar ( em sigilo ) que o meu maior pecado e o meu maior castigo é saber que eu não consigo mais me desvencilhar desse homem de asas.
                             ( Marília Mendes, Novembro de 2011 )

0 comentários: