Imaginem se não fosse namoradeira
e sequer não esperasse.
Passaria tardes infindas,
caindo de beijo em cima...
ensimesmada.
Ou sairia no enredo com outra
(por amor).
Neste caso, chuva de conversa fiada
seria a mulher rendeira
embriagada.
(Marília Mendes)
A moça namoradeira
com vestido infame
de meia tigela
pele morena sai da janela.
Sem tranças no cabelo
fraca, forte
forte, fraca
descendo a ladeira
do Jequitinhonha.
Rebolativa feito bambolê na cintura
com um cordão de ouro no pescoço
e pingente de sal grosso
para espantar mau olhado.
O homem proficiente deseja-a
ardentemente.
Seu pendente seca
ninguém tira sua sorte.
A outra lhe põe quebranto
e ela recorre à benzedura,
reza o credo e vigia:
" Virgem do Pranto,
Tirai este quebranto.”
Dança no sétimo céu,
beija a tarde sem cerimônia,
curte o horário de verão
soprando a chuva.
Morre de amor por um caso sério.
Impiedosa, mas cheia de coragem...
Ela fecha aspas
e abre você.
(Marília Mendes)
Dança no sétimo céu,
beija a tarde sem cerimônia,
curte o horário de verão
soprando a chuva.
Morre de amor por um caso sério.
Impiedosa, mas cheia de coragem...
Ela fecha aspas
e abre você.
(Marília Mendes)
RECEITA DO JOÃO DEITADO
Feito basicamente de mandioca, açúcar, manteiga, ovos e queijo canastra, o joão-deitado assemelha-se a uma pamonha doce, mais fininha e comprida, enrolada na folha de bananeira. Seu segredo está na manteiga de leite de roça, que é colocada quente na mistura, e no queijo canastra, que é ralado e deve estar bem curado. O toque final quem dá é o forno a lenha. As pontas que ficam para fora da folha ficam queimadinhas e caramelizadas; a massa, macia e molhadinha.
A receita é tão trabalhosa que D. Emilinha é a única da cidade que faz o joão-deitado. Sua receita é exclusiva, apreendida através da mãe que a ensinou a fazer doces e bolos feitos com mandioca. Ela entrega os pedidos na casa dos fregueses e no Hotel Chapadão da Canastra, onde pode-se fazer as encomendas.
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