Malabares

14 de janeiro de 2013 2 comentários

Chovia ontem.
Gotejava na velha parede e sem muita opção de cor,
o mesmo corpo, com toda destreza,
vinha ao encontro do meu
e amávamos juntos o que não tinha direção.

Íamos  ver os girassóis, dançando na chuva,
e de vez em quando,
pintava um novo milagre
entre NÓS.

Malabarista, ria de um corpo tatuado,
que era só mais um corpo tatuado...
Ainda chove em mim,
chuvisco de vigilância.
Teu beijo é chuvoso como a madrugada.
tua voz é vento solar
particularizado em meu corpo.
É vento de cisalhamento
que propaga fogo.
É um vento gradiente que centrifuga,
acelera, torna-se ciclone à tardinha
e dorme brisa em meus braços.
   
A cessação da chuva é um risco.
Estiagem da tua presença é a seca
é o desencontro,
a própria fome, 
a morte revisitada
e mais nada.

( Lila Morena - 14/01/12 )











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