Estação de maio

14 de dezembro de 2013 6 comentários



"I know not what tomorrow will bring"...
(Poema selecionado para a coletânea)




Quem nasce em maio parece não viver...
exaspera-se.
Tem nome artístico, veia poética,

os melhores desejos do mundo
e uma beleza vaidosa na manga.
As mãos são sempre ocupadas,
e o beijo torna-se calmo de madrugada.

O corpo toma o espaço do amor,
tendo todos os contornos da alma.

Desfaz-se ao final do ano
como uma silepse de gênero.
Na chuva de novembro,

recordaste o sol de maio,
das miçangas do "tempo em tempo da vida"..
Quem nasce em maio,
tem uma sintaxe de geminiano fogoso,
implícito como pérolas em feituras cênicas.
São de maio aquele e aquela que vivem o amor
depois do amor...
em hipérboles de beijos, de línguas.
O corpo no corpo, muito avesso ao que se mostra.
É de maio, quem suspira a rasura de pele não dormida.
Disfarçam palavras, param por aqui e descompreendem-se.
É quase inverno, mas o peito pulula em chamas, quase novo na estação.

Maio é o mês das joias raras, guardadas, infindas.
Tem suavidade de eufemismo nato,
sem dor, sem mágoas, assim como a poesia de hoje...
Miraculosa no corpo, que só entende a linguagem dos bons.

-Pregressa, metafórica, sensualmente de alma.
Possessa, insípida desde o começo, mas cheia de coragem.
 
©MaríliaMendes 

(Marília Mendes)

* Este poema foi selecionado para uma coletânea de poemas em Campinas no mês de maio de 2014. O livro está a caminho.













  

6 comentários:

  • Anônimo disse...

    Marília, vi seu e-mail. Parabéns pelo poema selecionado. Este será apenas o 1º de muitos que virão. sucesso, amiga.
    Um abraço,
    Cris Aguilar.