violetas

1 de dezembro de 2013 2 comentários



O amor me rendeu flores
violetas das mais comuns.
Isso me basta, para me dar quase inteira.
Mas não pela metade
nem mesmo pelo avesso.
 
Ao final, é só o retrato,
um pouco de álbum portátil
com adorno de begônias.
 
Ou a ferida postada em autorretrato
em que o corpo se projeta
em alto relevo
e a ausência se conforma
como no pano de fundo.
 
Íris, sálvias, orquídeas e magnólias,
amores-perfeitos como nunca o são.
Papoulas e gerânios que geram os lírios
que damos antes do anoitecer
violentos
em crise de choro ou em riso de graça.
 
 (Lila Morena)
 
 

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