Gerânio azul

28 de agosto de 2014 0 comentários

Flor gera
degenera.
Na ausência, na saudade
na mais pura vaidade.
No encanto
desencanto.
Flor gera,
abrindo-se toda ao sol
e ao sal.
Flor gera
o consolo,
o choro,
o tanto "rir"
 e o apagamento,
(sem lábios)
e o menor choro,
(sem lágrimas).
Flor gera.
Até a tua boca gera,
beijos sem ter língua
só dentes.
Tua boca gera,
de flor em flor,
no céu da boca.

Flor gera,
degenera.
Teu beijo é uma metamorfose de coisas e não é nada.
É uma declaração explícita do que acontece no vácuo.
Não gera, não degenera.
Como um gerânio silvestre azul,
espera...
28/08/2014
(Lila Morena)

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