Na alma...

Não te dou meus céus...
guardo-os subterrânea.
estico o corpo cheio de ontem,
mas de tanto isso,
apronto-me linda
em vestido tom vermelho
espalhando gostosura.
e de ser toda sua, mais que sua,
amanhã, bem cedo,
devolver-me-ei a mim mesma,
completamente renovada.
No que consomem teus medos,espalha logo
essa fuga de ser hoje, amado, eterno,
meu amigo e amor das horas não vagas.
Fala eu te amo e a noite fecha a hora
pura como o teu tom de meninice
tocando objetos da tua infância...
furtos das coisas que amamos são absolvidos...
( NA ALMA )  

Marília Mendes