Quando os ipês florescem

16 de setembro de 2012 4 comentários
Arquivo pessoal- BH por Lila Mendes ( setembro de 2012 )


Nesta época do ano, um complexo de dez espécies com características semelhantes dão flores roxas, rosas, amarelas e brancas. O florescimento dos ipês é a resposta da generosidade da natureza com Belo Horizonte, mesmo quando estamos desprovidos de coragem para as altas temperaturas.

É manhã de domingo e nos arredores da barragem da Pampulha, faço o meu percurso natural como tem sido feito desde fevereiro de 2012. A paisagem vai se modificando e quando nos aproximamos da lagoa para mais uma manhã de corrida , observamos diferentes tons de flores que saem dos ipês. Tem do roxo, do amarelo, do rosa e do branco. São altivos pelo porte de árvore que dá em quase todas as regiões do Brasil e recebem nomes diferentes em cada região.
O nome ipê vem da língua tupi e significa árvore com casca grossa. São excelentes polinizadores e abrigam os beija-flores em dias muito secos e quentes.

 A região foi presenteada com a exuberância da natureza, majestosa e audaz em meio aos concretos da barragem, que erguem suas vias duras. São quase 18 km em um percurso intercalado por caminhada e corrida, seguidos com muita disciplina. Nos intervalos, a famosa água de coco do seu Raimundo e da dona Glória, que ficam próximos ao clube  PIC e que repetem a mesma atividade há mais de 10 anos.

São as mãos de Deus trazendo as árvores das madeiras que flutuam, que viram tetos de catedrais, que sofrem com a ação dos madeireiros. Mas eles sobrevivem e ornamentam a cidade. Não raros, encontram-se espalhados pela nossa Belo Horizonte, fazendo aquele que passa, parar e contemplar. Deus nos permite florescer com eles, ainda que as vias sejam duras e opacas no sofrimento necessário até a chegada da primavera.

Arquivo pessoal- Pampulha por Lila Mendes

POLINIZA( DORES )

Outros olhos distintos
reparam nos ipês.
São polinizadores, 
fecundam de grão em grão a alma do poeta
e dobram-se em cores variadas,
brilhando junto ao sol.
São densos e cheirosos como a madeira 
dos tetos das catedrais.
São espécies que relutam ,
que florescem sem segredo,
no silêncio dos domingos
cheios do nada a fazer.

E dão forma de gratuita beleza
aos arredores da cidade
sem as dores da angústia
 ou da melancolia do teu ser,
que se anima à sua sombra 
e descansa no teu colorido sossego.

( Lila Mendes )

Que seja quente, que seja triste, 
mas que permita o florescimento.
 Bom dia, BH !



4 comentários:

  • Anônimo disse...

    Marília, você é que é um doce de leite mineiro, minha querida amiga. Que saudade.Dê bom dia a Brasília também.Um bom domingo e muito sucesso com seu blog.
    Teremos convenções do PT em Minas daqui a 15 dias. Olhe lá o calendário.Que Deus te abençoe muito.
    R. B.

  • Anônimo disse...

    Professora Marília sua fofa, vá nos visitar no Santa amélia. Saudade.Você prometeu ir em agosto e até agora nada.
    Beijo.
    Isabella.

  • Anônimo disse...

    Como são lindos os ipês e a sua Belo Horizonte e o seu texto e a sua sensibilidade.Brasília também tem seus encantadores ipês espalhados pela cidade.
    Forte abraço do amigo,cheio de saudade dessa Morena " arretada", vixe...
    Gil.