Estendedouro

9 de novembro de 2012 0 comentários
Era uma mulher de caso com o acaso.
Chegou  e descerrou as cortinas.
Foi vivendo um dia de cada vez, um período depois do outro, por ascendência.
Quando deu por fé, estava cheia de coisas 
e seu coração, assoberbado de plurais,
de puros ais .

Foi tanta gente indo, tanta gente vindo,

 que  outros foram encobertos.
Foi tanto amor ardendo, que os dias deixaram de ser iguais.
Brasília virou mais que uma fotografia na parede, virou página.

Essa mulher ladrilha as calçadas 

que não cabem mais em um só pavimento.
Caminha lado a lado na imensidão
e sobrepuja seu varal de medos, 
deitando a alma no estendedouro.
Não ri por último, nem ri melhor.
Ela sorri nos inter (valos)
com o corpo todo
feito fruta temporã.

Essa mulher, que te afaga a alma,

espera pelo rubor das faces,
expõe-se  ao sol,
atrela a feminilidade em questão.

( Des ) seca a sua sede em uma só pessoa
e transporta a vaidade.


( Marília Mendes/ Uberlândia 2012 )



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