Cinema com doce de leite

16 de fevereiro de 2013 0 comentários
Finalmente, consegui assistir ao preferido do Oscar. Demorou!
Baseado na biografia do presidente norte-americano Abraham Lincoln, Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln da autora Doris Kearns Goodwin, o filme traz como protagonista o ator britânico Daniel Day-Lewis, que luta para acabar com a escravidão nos Estados Unidos em plena Guerra da Secessão, que dividiu os estados do Sul contra os estados do Norte. A guerra que se inicia em 1861 e dura cinco anos, tem como vencedor o Estado do Norte, já que estavam, militarmente, melhor preparados para o conflito.

Reverenciado como um mito na história política americana, Lincoln representa a força republicana que se instalou no país, na luta entre os republicanos e democratas, e marca os últimos anos da sua trajetória, em plena guerra civil, que devastava o país (1865). Lincoln tornou-se o longa mais cotado para a maior parte da premiação do Oscar deste ano. Nada mais nada menos do que o preferido em 12 categorias.

Sem abordar com força total a figura histórica do 16º presidente americano, considerando que o autor Steven Spielberg é dado ao trabalho superficial em seus longas, focado quase sempre nos efeitos de fotografia e de maquiagem, na política americana do século XIX, na crescente produção industrial, que se contrasta com o meio rural, o filme, com duração de duas horas e meia, teve, certamente, a maior preocupação em divulgar a oposição explícita entre o Norte e o Sul do império americano e a intervenção do mito político, representando o fim da escravidão, a herança da luta de classes e de interesses políticos, que colocam os Estados Unidos, mais uma vez, na condição da intocável potência que lida com os fatos e com os personagens, sempre por debaixo dos panos.

A estampa que o longa traz escandaliza um lado escuro da política de compra de votos de parlamentares e revela que os democratas lutavam pela manutenção do sistema escravocrata, enquanto os republicanos tentavam vencer a dureza da escravidão. Trata-se de um filme político e revelador, que por ter sido criado pelo astro da indústria cinematográfica, não poderia faltar a dimensão gloriosa de um líder político, prestes a morrer e como uma boa crítica, com a árdua missão de “salvar” o seu povo. 

Assisti ao filme L I N C O L N ontem. Filme para americanos ou não, foi revelador. Também não sei se merece todos os oscars para o qual foi indicado, mas tem uma fotografia e uma maquiagem, trabalhadas na exuberância, que como sempre, nas mãos de Spielberg, não dá brecha para outro.

Fica a minha boa dica para este final de semana! Beijos.
Professora Lila Mendes.

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