Alvará de demolição

25 de dezembro de 2014 0 comentários
“O que precisa nascer
tem sua raiz em
chão de casa velha.
À sua necessidade...
o piso cede, estalam rachaduras
nas paredes,
os caixões de janela se desprendem.
O que precisa nascer aparece no sonho
Buscando frinchas no teto,
Réstias de luz e ar.
Sei muito bem
Do que este sonho fala
E a quem pode me dar
Peço coragem.”
 
(Adélia Prado)
 
A Duração do Dia,
Editora Record, 2010.
 
 
A velha máquina rotineira
 
A coragem se  instala na velha máquina
rotineira
que troca suas peças, mas não emperra.
A coragem de ir e fazer,
capinar a fragilidade toda
e se emboscar no mais fundo vazio
que é uma forma de adiar.
Mas a coragem não adia.
Ela recomeça das cinzas,
e no contrário da demolição,
constrói.
Antecipo todo desejo
em nome de tudo que parece pólvora
de agora em diante.
 
(Lila Morena)

Caiafa, te amo.
Você é a maior expressão de
 poesia que a vida pode me dar.
 
 

0 comentários: