Decalque

26 de agosto de 2012 2 comentários
Sinto meu corpo anônimo em tuas mãos.
São muitos tons claros, quase escuros.
 É safira do vermelho 
do berilo retratado.
Não desconfiastes ainda que nele dorme um canto absoluto 
para a impossível linguagem  .

Entre os beijos que não podemos
inerte brasa esquenta ao redor e faz incêndio.
Entrementes a boca aberta, que espera tua boca,
é nevasca.

Sugo tão incompreensível silêncio
e degelo aliada às suas carícias.
De tempo em tempo, roço-te a pele e sonoro.
Mexo a alma prateada em sua prudência
e divergindo absoluta,
quero e vou atrás
como setembros correm afoitos em escolta,
para florir, para amar, para ensaiar ou esquecer.

Como são tênues teus olhos
desejando insuflar rotas nos meus.
Como revolves meu corpo em teu corpo
e me identificas sem palavras. 
Te acho.

Avulsa, sou teu beijo apaixonado.
Vestido de cetim, tecido do nada,
voa leitura de alma e te encontro em um só momento
e a memória é vento e não tem consistência alguma. 

Undressed é meu verbo no teu verbo
reinventado.
E se pedes, já me tens,
como fuga, inevitável atalho ou decalque.

( Lila Mendes )
 

2 comentários:

  • Anônimo disse...

    Não tô dizendo que essa mulher é muito apaixonada??? kkkkkkkkkk.Beijo, Lila. Estamos te esperando no 7 de setembro, viu? Cristina Aguilar.