Sleep face down

4 de abril de 2013 3 comentários
            "Regresso a mim. Alguns anos andei viajando, a colher maneiras de sentir". 
                                                                         (Fernando Pessoa)

O amor...
Ah! O amor é esse meu fio desencapado,
por querer dar-se ao direito de não-resposta
por abrir a porta sem sair
vestir-se sem nada, deixando  transparecer o (in)finito.

O amor que me rasga é o mesmo que me recompõe
é o gozo fundo na alma
e silencioso de pele.
O amor é a cotovelada não dada.
É o beijo louco e ardente ao ouvido que não foi beijado
é frágil e sentimental,
cheio de manias e de manhãs.

O amor tomou-me ontem e hoje com a sua euforia.
Sentou-se debaixo do pé do nada "plantado" e nadou.
Chegou até mim de braçadas
deu um nó e se transformou.

O amor goteja, molha-me na sua essência
no pouco a pouco desvencilhado.
Seca de tanto ser seco, nos solavancos de meia em meia hora .
E na sua pancadaria, eu me finjo de morta
e  engano o amor.
Enganado, ele engole seco,
toma meu prosecco, entorna o meu lambrusco
embebeda-se de poesia
e na sua fantasia
dorme em mim de bruços.

                                             Lila Morena, 04/03/13







3 comentários:

  • Anônimo disse...

    Lila, quem vê essa mulher forte e determinada, não imagina que dela saem versos lindos e tanta comida gostosa. Você já pode casar.

    Beijos,
    Vinícius .

  • Anônimo disse...

    O que me encanta naquilo que você escreve é essa intimidade e esse sentimento com as palavras. eu fico admirada. Forte abraço, minha amiga.
    Cris Aguilar.